"Teve início na noite deste domingo (22), em São Luiz do Maranhão, a 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). No momento em que o Brasil celebra a última década com 28 milhões de pessoas fora da margem da miséria, o mais importante encontro científico da América Latina tem como proposta para o debate, a ciência como ferramenta contra pobreza que, no país, ainda acomete 16 milhões de habitantes". (Por Daiane Souza).
Com esse tema, não é à toa que o estado escolhido foi o Maranhão. O Nordeste brasileiro tem a maior concentração de pobreza extrema, sendo que o estado com o maior índice de pobreza é Alagoas, seguido de perto pelo Maranhão. Os dois se alternam na primeira posição. Mais da metade dos habitantes de ambos os estados sobrevivem com menos de 12,5% do salário mínimo por mês. Levando-se em consideração que nesse país, "tudo o que se planta dá", trabalho e comida deveriam ser fatores mais que presente diariamente na vida do povo brasileiro. E é claro, tudo isso acompanhado de uma boa educação, para conduzir a população a um crescimento contínuo e duradouro. Quem sabe um dia... Por isso a importância desse encontro e tantos outros que já foram realizados e que ainda realizar-se-ão. Esperamos que as ideias possam sair do papel e das apresentações e beneficiar de fato quem tanto precisa delas.
Mas nem só de discussão sobre ciência, tecnologia e combate a pobreza será feita a SBPC de São Luís. O conhecimento cultural também está em pauta! Visita a lugares históricos, música regional, dança e teatro fazem parte de muitas das atrações que serão apresentadas no UFMA.
Entre uma palestra e outra, uma mesa redonda e outra, nós conseguimos um tempinho para visitar o centro histórico da cidade mais francesa do Brasil e conhecer suas famosas casas com as fachadas feitas de azulejos portugueses. De fato é muito interessante porque não estamos acostumados a ver azulejos em fachadas e sim nos banheiros das casas. Diferente, porém bonito e harmonioso. Graças a sua história, importância e beleza, em 1997, São Luís foi tombada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como Patrimônio cultural da Humanidade.
Porém não é só o lugar que se torna um patrimônio, as pessoas que compõe o lugar exercem uma grande influência também! São elas que determinam as cores, os cheiros e os sabores do lugar, dando vida à cidade e chamando nossa atenção para detalhes que se tornam relevantes em nossa memória. Aqui experimentamos o "abricó" (o nome me lembrou de damasco em inglês - apricot) mas definitivamente não era damasco. Acredito que ambas as frutas sejam da mesma família. O sabor é gostoso e nem foi preciso insistir muito. Foi só provar e eu já comprei algumas para levar. O sabor doce da fruta se misturava com o amargo causado por perceber um certo descaso do poder público para com uma cidade tão importante. No caminho de volta pra casa, fica a esperança de que de fato a ciência e a tecnologia possam colaborar para trazer o cuidado e a atenção que São Luís merece!
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